Como ser um Poliglota? Como alguém consegue aprender tantos idiomas?

Quando vemos alguém muito “talentoso”, geralmente, só vemos o resultado final.

Achamos que os poliglotas que falam 13 idiomas incrivelmente bem têm um dom divino, mas não levamos em conta todo o esforço que eles empenham no processo para aprender todos esses idiomas.

Vou dar um exemplo que todo mundo conhece no mundo da música: Mozart foi um prodígio no piano. Desde pequeno, sempre se destacou tocando e compondo obras incríveis. 

Mas, você sabia que o seu pai era um grande pianista e fez com que o pequeno Mozart praticasse desde os seus 4 anos de idade? 

Quando falamos dos poliglotas, eles passaram anos e anos desenvolvendo técnicas e anos e anos expostos aos idiomas que falam. 

O que acontece é que eles aprenderam a aprender, tornando o processo cada vez mais rápido. 

É isso. E isso é igual para todo mundo. 

Neste post, você vai saber tudo sobre os poliglotas.

O que é um poliglota?

Poliglota é uma pessoa que conhece e consegue usar vários idiomas. 

A palavra poliglota tem origem do grego polúglōttos, e possui uma tradução próxima a “quem fala muitas línguas”.

Quantas línguas para ser um poliglota?

Segundo o dicionário de Oxford, a definição de poliglota é “que ou aquele que sabe ou fala muitas línguas.” Mas o que seriam “muitas” nesse caso? 

Como existem classificações para bilingues e trilingues, para ser classificado como um poliglota, você precisa saber, ao menos, 3 idiomas estrangeiros. Ou seja, se você que já fala Português aprender mais três idiomas, você vai falar 4 idiomas e ser um poliglota.

Como ser um poliglota?

Depois de anos estudando idiomas – e como aprendê-los, cheguei a conclusão de que 4 pontos são fundamentais para ser um poliglota:

  • Ter uma motivação maior
  • Aprender com o que gosta
  • Passar muito tempo exposto ao idioma
  • Saber que é um processo

Ter uma motivação maior

No formato de aulas clássico – Explicação > Exercícios > Nota -, você tem contato com exercícios de gramática e pouca interação com a língua real a utilizada no dia-a-dia.  

Portanto, sua única motivação era tirar notas boas. Para isso, exercícios de gramática eram suficientes -, mas não motivadores para você continuar estudando o idioma.

Acontece que aprender um idioma não é uma questão de Exercícios e Provas. 

Você precisa ter uma visão muito maior sobre o que existe em volta desse idioma.

Você precisa definir exatamente qual é, ou quais são os motivos para aprender um idioma. Pode ser: 

  • Conseguir o emprego que sempre quis
  • Se manter no emprego 
  • Morar fora
  • Conhecer outras pessoas
  • Conhecer mais sobre a cultura de outro país

Com isso definido, é muito mais fácil você se motivar a sempre continuar aprendendo. Você tem uma recompensa para buscar, e isso vai manter a sua motivação. Lembre-se sempre dos motivos e siga em frente!

Aprender com o que gosta

Não é porque um livro está no idioma que você está aprendendo que você deve pegar pra ler. Não! Você deve escolher o que mais te agrada.

Pode ser vídeos no YouTube, TED, Series, Podcasts… o importante é que seja Compreensível e Interessante

Leia também: 5 dicas para escolher o material certo para estudar

Que sejam canais que você se interessa, que você goste da pessoa que está falando, do conteúdo que ela está falando, do jeito que ela está passando.

Se estudar gramática é algo que você realmente gosta, está no caminho certo, mas tenha em mente que é preciso também manter uma conexão com o idioma além da parte objetiva e intelectual. A parte emocional tem um papel extremamente importante no aprendizado e pode fazer toda a diferença no seu percurso.

Para que a sua aprendizagem ganhe um boost, é fundamental que você fique conectado com o idioma.

Eu me lembro muito bem do dia em que eu entendi uma música inteira do Jovanotti, um cantor famoso italiano: Eu estava na academia e, entre um exercício e outro, parei e comecei a prestar atenção na música. 

Durante os próximos 3 minutos eu fiquei ali, parado, escutando ela e contente por estar entendendo a música (quase) inteira. Foi um dos momentos mais legais desse meu processo de aprender o Italiano. 

Me lembro também de fazer uma aula online através do Italki e um professor me dar os parabéns pelos meus resultados.

Me lembro ouvindo, durante o caminho do trabalho, o novo episódio do meu YouTuber favorito em Italiano (Just Mick).

De conversar com uma amiga que fiz através do HelloTalk durante uma tarde inteira de quarentena na época de Coronavírus.

São esses momentos que te conectam com o idioma e te fazem querer continuar. O idioma só virou um meio, e não o objetivo final.

Passar muito tempo exposto ao idioma

Poliglotas passam muito tempo em contato com o idioma.

Quanto tempo você estudava o idioma na sala de aula? Uma, no máximo duas aulas durante a semana? E quanto tempo você pega pra estudar em casa?

O tempo em contato com o idioma é chave nesse processo. O tempo exposto vai fortalecer e aumentar o seu domínio sobre estruturas gramaticais da língua, conhecer e memorizar novas palavras e expressões, fazendo com que a reprodução (fala e escrita) seja um resultado da exposição ao idioma ao longo do tempo.

Saber que é um processo, e acreditar nele

Vou dar um exemplo simples: Se você nunca correu antes, não vai passar direto para uma maratona de 42km, certo? Antes de uma maratona, você precisa começar com corridas de 2km, para depois passar para 5km e assim por diante.

Se você ainda não tem experiência na aprendizagem de idiomas, é normal ter a sensação de não saber por onde começar. 

É um processo de erros e acertos. De aprender e esquecer. Um dia você vai falar bem, no outro talvez não. Sabendo isso, você vai ter a tranquilidade para aproveitar essa jornada que é aprender um idioma. 

O objetivo de um idioma é de entender e de se fazer entender, e o tempo vai te ajudar a ficar cada vez melhor. 

A rotina de um poliglota

Aprender um idioma é como praticar um esporte ou aprender a tocar um instrumento: Você precisa de dedicação e constância.  Nosso cérebro precisa de contato e de estímulos diários. Isso significa que, mesmo com todas as nossas tarefas do dia-a-dia, você vai precisar incluir o estudo de idioma na sua rotina. Não tem jeito. 

Aprender um idioma deve se tornar um hábito. Todo santo dia eles passam muito tempo com os idiomas que estão aprendendo, mesmo com um dia cheio, colocam na sua rotina o aprendizado de línguas. 

Seja tomando banho, no caminho para o trabalho ou escola, limpando a casa, eles incluem o estudo para cada um desses momentos. Começa o dia lendo as notícias? Na língua que está aprendendo. Escutam música? No idioma que querem aprender.

Leia também: Rotina de estudo de idiomas

Técnicas que poliglotas usam

Além de já dominarem o processo de aprender um idioma, de passarem muito tempo em contato com o idioma diariamente, os poliglotas utilizam técnicas que aceleram o seu aprendizado de línguas.

Poliglotas passam muito tempo fazendo Listening – a técnica de escutar muito para se familiarizar com o idioma, o que auxilia na melhora da compreensão, da fala e da pronúncia.

Para praticar o Speaking, se tem algo que a grande maioria de poliglotas fazem é falar sozinho. Eles criam histórias, discussões, fazem perguntas e dão respostas para eles mesmos. 

Para aprender mais palavras e aumentar o vocabulário, utilizam a técnica das Repetições Espaçadas – dando aquela força pro cérebro guardar mais palavras sem precisar de um esforço enorme.

Veja mais técnicas que os poliglotas utilizam e colocamos aqui no Guia de Idiomas:

Poliglotas Famosos

7 idiomas – Lýdia Machová 

Inglês, Alemão, Espanhol, Polaco, Francês, Russo e Esperanto.

16 idiomas – Steve Kaufmann

Francês, Mandarim, Cantonês, Japonês, Coreano, Russo, Sueco, Alemão, Italiano, Espanhol, Português, Ucraniano, Tcheco, Slovak e Romeno.

11 idiomas – Luca Lampariello:

Inglês, Italiano, Francês, Húngaro, Grego, Polaco, Chinês, Português, Alemão e Espanhol.

16 idiomas – Vladimir Skultety

Eslovaco, Húngaro, Tcheco, Inglês, Alemão , Francês, Italiano, Holandes, Espanhol, Russo, Mandarim, Chinês Clássico, Romeno, Português, Polaco, Persa, Japonês, Taiwanês, Servio, Cantonês

Curiosidades

Quantas línguas um hiperpoliglota fala?

Não existe uma definição em dicionários de quantas línguas um hiperpoliglota fala. Richard Hudson (1939), professor-emérito de linguística na University classifica o termo hiperpoliglota para “pessoas que conhecem bem dezenas de línguas”. 

Bom, o que seriam dezenas? Fica a seu critério. Para mim, passou de 5 é um hiperpoliglota.

Conclusão

Se você quer ser um poliglota, deve seguir os passos que eles fazem. Tenha um motivo, passe muito tempo exposto ao idioma, use técnicas que aceleram o tempo de aprendizagem. Não trate a aprendizagem de idiomas como exercício e se divirta no processo.

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